Breve História do Montanhismo

Tendências

Não temos bola de cristal para conhecermos o futuro, mas algumas previsões são possíveis. É certo que ainda há muito que se conquistar no Brasil. Alguns Estados têm um potencial enorme para a abertura de novas vias, com destaque para Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, onde há muitas paredes e cumes virgens. Seguramente novas áreas de escalada esportiva surgirão e também vias mais difíceis que as atuais. O décimo primeiro grau que poucos anos atrás parecia algo distante já é realidade. Há no momento seis vias no Brasil que podem ter tal graduação.

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Pedra Riscada, São José do Divino, MG.

Analisando o que foi feito nos últimos anos, é possível perceber que não só na esportiva, mas também nas paredes, a dificuldade técnica das vias vem aumentado significativamente. Por todo o Brasil surgem vias em parede de oitavo e até nono graus. É fato, também, que o uso do equipamento móvel se tornou uma constante, seja em grandes paredes ou em vias curtas. Um bom exemplo está em São Luiz do Purunã, no Paraná, onde mais de 150 vias foram abertas em móvel.

Na escalada alpina e de alta montanha nota-se também, nos últimos anos, um aumento da participação de nossos escaladores. Seja nos Andes, Alpes ou Himalaia, já são vários os cumes que foram pisados por brasileiros. Com destaque para o paranaense Edmilson Padilha, o Ed, que alcançou o cume das difíceis montanhas Cerro Torre e Fitz Roy, na Patagônia argentina. Nesta última em companhia do também paranaense Valdesir Machado. Merece destaque também a conquista da via Samba do Leão de 1.400m no Fitz Roy pelos cariocas Flavio Daflon e Sergio Tartari, na companhia do argentino Luciano Fiorenza.

Na escalada esportiva os escaladores André Berezoski, Janine Cardoso, Anderson Gouveia, Cesar Grosso, Felipe Camargo, entre outros, representaram muito bem o país em competições internacionais. No campeonato mundial juvenil de 2009, na França, e em 2010, na Escócia, tivemos até uma seleção brasileira juvenil. E em 2012, Raphael Nishimura foi vice-campeão mundial de paraescalada. Porém nos últimos anos houve um declínio de competições no país. Todos esperam que seja passageiro.

Com o aumento do número de vias, viagens internacionais, treinamentos específicos e um maior apoio de empresas, o nível dos escaladores nacionais, apesar de excelente se compararmos com nossos vizinhos da América do Sul, ainda pode melhorar bastante.

Extraído do livro Escale Melhor e com Mais Segurança de Flavio e Cintia Daflon. Colaboração: Marcio Carrilho. Reproduções somente com autorização prévia.