Breve História do Montanhismo

A organização do esporte

historia70A partir da década de 1990 foi significativo o aumento do número de escaladores que passaram a praticar o esporte de forma mais independente, sem a passagem por clubes, o que era comum até o final dos anos 1980. Por volta de 1987, surgiram os primeiros guias e instrutores profissionais de escalada, mas foi só nos anos 1990 que alguns deles passaram a viver exclusivamente da atividade, consolidando o profissionalismo na escalada brasileira.

historia71Na tentativa de se organizar a prática da escalada no Estado do Rio de Janeiro, em 1996, criou-se a Interclubes, entidade que reunia clubes, instrutores profissionais e escaladores independentes. Em 2000, ela se tornou oficialmente a Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (Femerj). Em 2001, foi criada a Associação de Guias, Instrutores e Profissionais de Escalada do Estado do Rio de Janeiro (Aguiperj). Em 2004, as federações carioca (Femerj), paulista (Femesp) e paranaense (Fepam), fundaram a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (Cbme). Desde então foram criadas as federações mineira, cearense, gaúcha e catarinense.

A organização dos escaladores em torno de um objetivo comum, filiando-se a associações e federações, é importante para a organização e desenvolvimento do esporte. As federações e associações são responsáveis por, entre outras coisas, garantir o acesso às montanhas, já que algumas áreas de escalada foram fechadas arbitrariamente, seja por órgãos públicos ou proprietários privados. Elas também são importantes para que possamos praticar nossa atividade como sempre fizemos, sem a interferência de órgãos externos, mas de forma ética e respeitosa com os demais escaladores e o meio ambiente.

Publicações

historia72Nos últimos 15 anos, devido ao crescimento e surgimento de áreas de escalada e da busca por informações, vários guias de escaladas foram publicados. Só para citar alguns: “Manual de Escaladas da Pedra do Baú” (SP, 1995), “Guia de Escaladas da Urca” (RJ, 1996), “Guia de Escaladas Três Picos, Friburgo” (RJ, 1998), “Guia de Escaladas de Minas” (MG, 1999), “Guia de Escaladas de Guaratiba” (RJ, 1999), “Guia de Escaladas do Itatiaia” (RJ, 2000), “Guia de Escaladas Morro do Anhangava” (PR, 2003), “Guia de Escaladas de Petrópolis” (RJ, 2004), “Guia de Escaladas da Floresta da Tijuca” (RJ, 2004) e “Guia de Escaladas do Grajaú” (RJ, 2005).

historia73Surgiram também algumas revistas nacionais especializadas em escalada e montanhismo, como a Montanha (1986), Solo (1993), Vertigem (1997), Universo Vertical (2002) e Headwall (2002). Mas, pelas dificuldades em se manter uma publicação com este perfil, elas tiveram vida curta, durando apenas alguns poucos números. Dentre as que foram mais longe, a Headwall teve apenas dez edições e a Fator2, 36 edições. No momento da publicação deste livro, a única publicação que se mantêm é o informativo Mountain Voices, com incríveis 136 edições desde 1990.

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Sobre o montanhismo nacional foram lançados dois livros em 2006: “História do Montanhismo no Rio de Janeiro”, de Waldecy Mathias, e “Montanhismo Brasileiro – Paixão e Aventura”, de Antônio Paulo Farias, ambos lançados pela editora Publit. Eles trazem personagens e feitos marcantes do montanhismo, além de histórias divertidas do esporte e fotos históricas, algo que sempre faltou ao montanhismo brasileiro.