Novas Altitudes

Picos brasileiros têm nova medição Fruto de uma parceria entre o Instituto Militar de Engenharia (IME), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Projeto Pontos Culminantes realiza pela primeira vez medições precisas de alta tecnologia nas montanhas mais altas do Brasil. E as novidades já começaram a aparecer.

Após 36 horas ininterruptas de monitoramento com o uso de quatro GPS de alta precisão, o Pico da Neblina, ponto culminante do País, revelou-se mais baixo. Ele tem em verdade 2.993,78m e não os propalados 3.014,1m, medidos em 1965 com o uso de imprecisos barômetros. Nos mapas, sua altitude será arredondada para 2.994m. A mesma expedição revelou que o Pico 31 de Março, que fica próximo ao Neblina, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no Estado do Amazonas, também é menor do que se pensava: 2.972,66m (arredondados para 2.973m), quase 20 metros menos do que a sua antiga medida oficial, 2.992,4m.

Em compensação, a Pedra da Mina (em Passa Quatro, Minas Gerais) e o Pico das Agulhas Negras (localizado em Itatiaia, no Rio de Janeiro) “cresceram” após as novas medições, passando a, respectivamente, 2.798,39m e 2.791,55m, contra os 2.770m e 2.787m de antes. A novidade é que agora a Pedra da Mina ganhou o status de ponto culminante da Serra da Mantiqueira, desbancando o popular Agulhas Negras.

Na segunda etapa do projeto foram feitas medições na Serra do Caparaó, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo. O Pico da Bandeira, antes com 2.889,8m “cresceu” para 2.891,9m, e o Pico do Cristal, de 2780m diminuiu para 2.769,7. Além desses dois, mas três pontos foram medidos. No entanto, os resultados serão analisados pela Coordenação de Geografia do IBGE, que está avaliando se os novos pontos também podem ser considerados picos. O Projeto Pontos Culminantes prevê, ainda, para 2005, a medição do Monte Roraima, localizado na Serra da Pacaraima, em Roraima. Na própria região, o IBGE aproveitará a infra-estrutura para medir o extremo Norte do País.
Por: Marcio Carrilho. Fonte: IBGE. (03.12.04)