Fabinho Muniz.
Fabio Muniz, escalador há 20 anos, era o típico montanhista de bem com a vida. Sempre alegre, com uma imaginação fértil e muita sede de escalada. Era fera na escalada esportiva, mas ultimamente estava se dedicando também as grandes paredes e era uma companhia sempre agradável. Infelizmente parece que Renato Russo estava certo, os bons morrem jovens. Fabinho perdeu a vida em um acidente de bicicleta, na noite do dia 20 de fevereiro desse ano, mas continuará eternamente no coração de seus amigos e na história do montanhismo brasileiro. (26.02.13).
“Conheci o Fabinho quando ainda estava engatinhando na escalada, no início dos anos 90. Ele e toda aquela turma forte de Petrópolis. Estavamos sempre nos esbarrando em Petrópolis mesmo, no Cipó e nas esportivas. Nunca fomos de escalar muito juntos, Fabinho se dedicou mais a escalada esportiva e eu a parede. Mas nos últimos anos Fabinho estava curtindo escalar vias longas. Na verdade nunca havia deixado de gostar, era de Petrópolis, apenas tinha direcionado seu foco para outra escalada, que fazia extremamente bem, isso todo mundo sabe. Então escalamos algumas vias em Salinas juntos, fomos pra Pedra Riscada, na Bahia, e no ano passado na Oitavo Passageiro o no Atalho do Diabo, ambas no Corcovado. Era só o verão passar e com certeza iríamos escalar novamente. E agora não vamos mais. A não ser em lembranças. Fabinho tinha o apelido, Fabinho Viagem. É que ele estava sempre viajando. No sentido mais careta da palavra. Ele falava muito, era o tempo todo blá, blá, blá. Gostava de falar e brincar. Não demorava muito e vinha a famosa frase “Olha que viagem!”. E ai ele falava da textura da pedra, das agarras, da forma da montanha, das sombras na parede, de como seria a via, tinha a imaginação fértil! Era um ótimo parceiro de escalada, divertido escalar com ele. É assim que vou me lembrar do Fabinho.” (Flavio Daflon)