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A Múmia da Gallotti

Dois anos após a inauguração do CEPI em 1952, foi finalizada a quarta via para o cume do Pão de Açúcar, a Chaminé Gallotti, no Totem, no lado oposto de onde se encontra a Chaminé Stop. Desenhada num intrincado sistema de fendas, formada por uma sucessão de platôs, chaminés estreitas, entalamentos de corpo e oposições, a Gallotti foi conquistada utilizando-se 42 grampos por cinco escaladores do Clube Excursionista Carioca. São eles: Tadeusz Hollup, Antônio Marcos de Oliveira e Ricardo Menescal, juntando-se posteriormente ao grupo Patrick White e Laércio Martins. A história desta longa via contou com um episódio insólito e sinistro. Segundo nos informou Tadeusz Hollup, tudo começou na primeira caminhada que fizeram para encontrar um possível início para a via, quando ele encontrou um sapato e, em tom de brincadeira, disse: “Acho que iremos encontrar o dono desse sapato”. Dito e feito, era setembro de 1949, estavam conquistando o segundo lance da via e encontraram um cadáver entalado pela garganta em uma fenda e descalço. O escalador que guiava aquele lance ainda deu segurança para que seu participante chegasse até ele. Em um primeiro momento pensaram ser o cadáver de uma mulher devido ao longo cabelo, porém depois repararam que havia barba e portanto seria de um homem. Os dois resolveram descer e chamar a polícia. No mesmo dia comunicaram o caso na delegacia de Botafogo e combinaram o resgate do corpo para o dia seguinte. “Durante a noite e madrugada recebi alguns repórteres que queriam saber da múmia”, conta Tadeusz. Na década de 40, ainda não havia a pista Cláudio Coutinho e os escaladores tiveram um pouco de trabalho para levar os bombeiros, o legista, o delegado e repórteres à base da via. O corpo, que deveria estar ali há vários meses, foi descido pelos próprios escaladores com uma corda. “Era esqueleto […]